quarta-feira, 16 de abril de 2008

...e seu aluno do Sul

Joseph Mitchell é a prova mais indiscutível de que nem sempre o sujeito é um produto do meio em que vive. O jornalista-escritor norte-americano nasceu no sul dos Estados Unidos, em 1908. Imaginem o sul do “grande irmão do norte” em 1908. Fazendinhas bucólicas, um ou outro moinho, fenos dançando ao vento e plantações de milho, algodão e tabaco por todo o lado. Dá para imaginar que um ambiente desses poderia produzir um ser humano da estirpe de Joseph Mitchell?

Longe de ser pobre, o jornalista sempre recebeu apoio financeiro da família – que lidava com plantações de tabaco e de algodão. Quando percebeu que a terra fofa e o verde abundante não mais davam conta de abastecer seu intelecto e sua vontade de conhecer, pegou o primeiro trem (convenhamos, deveria ser um trem) para a Grande Maçã, em 1929. Caía, então, de braços abertos no berço da recessão econômica mundial. Seu talento nato com as palavras lhe permitiu trabalhar em alguns jornais da cidade, apesar de ele ter uma certa aversão às noticiais diárias. Não gostava de escrever sobre pressão e com um prazo de entrega pré-estabelecido.

Em 1934, Mitchell sossegou a pena na aclamada revista The New Yorker (seio que alimentava os maiores jornalistas da época). Aliás, quem publicava na revista passava a ganhar o status de escritor. Sob o comando do editor Willian Shawn, o responsável pela edição do livro-reporagem Hiroshima, de John Hersey, Mitchell e a New Yorker firmaram um casamento sólido e sem crises até que a morte do jornalista os separou, em 1996. De seu miniescritório no periódico, Joseph Mitchell deu voz aos cantos mais escuros de Nova York. Na revista, encontrou as condições ideais para escrever sobre seus pitorescos personagens. Não lhe interessava falar sobre as estrelas da Broadway ou sobre personalidades políticas. Ele fuçava nas ruas a procura da matéria que não ia para os tablóides ordinários. Já escreveu sobre personagens de circo, bares antigos e boêmios inveterados.

A New Yorker comprometia-se em dar tempo, espaço e liberdade. Mitchell entrava com a pauta e o texto, que poderia levar meses, até anos, para ser terminado. Um de seus perfis mais majestosos foi publicado em 1942 e, com muitos adendos, virou livro em 1964...

...continua aqui.



9 comentários:

Luana Duarte Fuentefria disse...

Samir, alguém já te disse que tu és um gênio??

Baita revolucionário!

pena q escreva melhor q eu... :(

Rô Peixoto disse...

oxe que esses jornalistas estão modernos!!
Meu professor iria adorar... ele falaria rindo, com seu ar de gay inrustido: hipertexto!! hehehe

Samir... tu é o Mitchell da Rapadura Land!!

Beijos!

Luana Duarte Fuentefria disse...

Hahaha!
Eu tenho uma vantagem de ser o segundo tex-to!!! :P
Vão comentar lá quando acabarem de ler... hueheu

Anônimo disse...

uepa!
titio fica bem contente... hehe

Eliane! disse...

Não sabia se comentava antes aqui ou no post da Luana.
Muito bom esse texto. E lembro que 'O Segredo de Joe Gould' foi um dos primeiros livros que o professor Fábian indicou...há um bom tempinho, no meu 1º semestre!
Ah gostei das postagens interativas!
:)

Eliane! disse...

Não sabia se comentava antes aqui ou no post da Luana.
Muito bom esse texto. E lembro que 'O Segredo de Joe Gould' foi um dos primeiros livros que o professor Fábian indicou...há um bom tempinho, no meu 1º semestre!
Ah gostei das postagens interativas!
:)

Anônimo disse...

Pois é, sou obrigado a fazer a ti o mesmo elogio que fiz a Luana: belo trabalho, de vocês!!! Parabéns

abraço

Anônimo disse...

oi coléga, to te add no meu blog!!!
bjos e ótimo texto por sinal

Rô Peixoto disse...

Quero textos sobre becos!