segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Morto


Imagem: Janela Publicitária

Após o fatídico episódio do assalto, tive que providenciar um celular novo. A linha já estava bloqueada, pronta para encarnar em outro aparelho. Só faltava o suporte físico. Mas a Vivo não colaborou!

Segunda-feira, 15 de outubro. Dois dias após o roubo. Entro bem tranqüilo na loja da operadora no shopping Iguatemi. O movimento não é muito grande no horário do almoço. Espero na recepção. Espero... Finalmente alguém me “atende” (falar com a pessoa sem sequer olhá-la não pode ser considerado atendimento). Ganho uma ficha de espera de número 35. Olho para o visor e, alegremente, constato que o contador já marca o 27º cliente. “Não deve demorar muito, pensei.” Ingenuidade minha. Durante meia hora eu penei entre as almofadinhas roxas e os pufes laranjas da loja. Todos, principalmente os funcionários, pareciam estar alheios a minha agonia. O marcador parecia ter pifado no 27.

Passados mais alguns minutos, resolvo desistir. Vou para outra loja, no mesmo shopping. Lá, sou parcialmente bem atendido, mas, ao menos, consigo comprar um celular. Comprar, apenas. Pois, segundo a funcionária, “o sistema está fora do ar”. Que ótimo! Uma das maiores, senão a maior, empresa de telefonia móvel do sul do país está fora do ar. “É devido ao fluxo pós-feriado”, tenta explicar-se a tal de Luciane, com seu crachá mal feito enroscado no pescoço. Tudo bem, não vou criar caso. Pego meu dinheiro de volta e passo para uma terceira tentativa. Dessa vez, no Bourbon.

Lá, a situação também não é das melhores. O sistema continua fora do ar, a mulher que me atendeu parecia ter acabado de receber alta do hospital por tentativa de suicídio e, ainda por cima, não tinha o miserável aparelho que eu queria. O mais simples e irrisório modelo. Aliás, tinha, mas era apenas “para demonstração”, assegurou-me a maníaca atendente. Depois de ter perdido uma tarde inteira nessa cruzada, desisto. Volto pra casa derrotado, sem celular e com duas fichinhas de ônibus a menos.

Mas, como diz Chico Buarque, “amanhã há de ser outro dia”. Tomara! Volto ao Iguatemi, dessa vez convicto de que nenhuma pane de sistema me privará do direito à comunicação telefônica. A loja da vivo está mais deserta ainda. Pego a senha e, rapidamente, sou “atendido”. Dessa vez olhavam para mim. Só olhavam. A atendente parecia estar muito ocupada conversando com a colega sobre o final de semana. “Quem é Cínara?”, me pergunta a moça. “Ãh..ah, sim, é minha m..”. “O celular ta no nome dela, não posso fazer nada”. No limite que a minha parca paciência permitiu, respondi que devia estar havendo algum engano, pois há tempos que a linha estava no meu nome. “Sinto muito, o senhor (por que eles chamam todo mundo de senhor?) terá que solicitar uma troca de titularização.” Tento argumentar, mas a mulher estava decida a me ignorar de todas as maneiras possíveis. Ligo para solicitar a tal troca, mas a querida pessoa do outro lado da linha me informa que o procedimento só pode ser realizado numa loja da operadora. “Pelo amor de Deus, eu só quero, SÓ, comprar um celular!” Não quero furtar um celular. Não quero estragar um celular. Não quero sequer vender um celular. Só preciso comprar. Simples. Eu dou o dinheiro, me dão o aparelho.

Após engrossar um pouco a voz e a entonação, a moça parece me notar. Até fala comigo. “Ah, perdão senhor. Houve um engano, digitei um dado errado aqui no sistema.” Não me diga. A partir daí, em menos de 15 minutos consegui, finalmente, fazer alguém trabalhar naquela loja. Nem tive que implorar para que me entregassem o telefone. Espetacular! Depois dessa epopéia, senti-me como um Odisseu que houvesse chegado a Ítaca. Sem dúvidas (e perdão pelo chavão), a Vivo me matou no cansaço.

9 comentários:

Ananda Etges disse...

minha nossa!!
q via sacra hein samir!!
mas essas empresas são assim mesmo, adoram testar a nossa paciência!
tu não estás com sorte, hein?! hehe
um beijo!!!

Glauber Canovas disse...

Há há há... Seria cômico, se não fosse trágico! Ainda que fosse só a Vivo... A burocrácia parece ter tomado conta de tudo e de todos.

Na balada, quando se quer beijar (uma pessoa interessante, não as fanqueiras que vemos por aí), pelo menos, uma hora de conversa.

Um crediário, umas 2 horas até que a central libere sua compra!

Seu celular, dois dias!

Em Brasília, bom. Em Brasília isso é comum, mas aí já é uma outra história...


Parabéns pelo blog, muito bem escrito!!

Rô Peixoto disse...

Eles tem um sério problema! Só trabalham quando estão perdendo o cliente!
A moral é ter o tom de voz elevado!!


Não imagino tu bravo, não imagino!!

Parabéns pelo priminho novo!!!

Beijos!

Anônimo disse...

humm... não sei se perdôo. não, claro que não: nada de clichê e chavão!
:o)

Luana Duarte Fuentefria disse...

É, bem... já sabes minha opinião.

Mude pra Claro, já!

Além de mais bem atendido tem mais promoções!!!
huehue

Rô Peixoto disse...

Hahaha... é... acho que to ficando pra titia! (Desculpa o chavão também) hehehe!

Não tem problema... tu ainda tem uns 9 meses pra digerir a história!!

Carolina Tavaniello P. de Morais disse...

Ameaça mudar de operadora que eles te atendem rapidinho. É uma vergonha esse serviço.

beijos

Carolina Tavaniello P. de Morais disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carolina Tavaniello P. de Morais disse...
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